Então invento um mundo de coisas reais-físicas pra que eu
possa negar a metafísica, o real-místico
: todo seu entorno
imagético criado.
Então fantasio a segurança do meu mundo:
Essa é minha mística.
Da minha janela observo a vida com certa apatia por saber
que não sou observado.
Ocorre que só me repito em outras janelas.
Infinitamente:
Um
espelho frente a outro
Eu
Me
Repito
atrás de um quadrado que replica o vazio de uma cidade
fantasma
[Estou me salvando
nos outros. Todo tempo me salvando nos outros. Tentando me salvá-los].
Num deserto que não é [nada] de almas, nem de mentes, só de
corpos.
Corpos velhos, cansados, cadáveres ambulando sob a força de
um impulso já morto,
Quem estou eu em meio a essa orgia necrófaga?
Que faço se não sou capaz de oferecer-me uma resposta conclusiva?
[mesmo tendo plena consciência de que não me a quero em mim;
mesmo estando certo de que não há desfecho ao final da interrogação que, como
eu, se engole e se reinventa em novas inquietudes ad infinitum]
Tenho me engolido repetidamente pra manter a sanidade:
Engolindo meu juízo
frente a um espelho que
Serrepeterrepete-me
¿?
Nenhum comentário:
Postar um comentário